Argola presa na ilhapa,
mais onze braças trançadas,
amigo das campereadas,
do tempo da seguidilha...
Velho troféu Farroupilha!
Do pago tens a lembrança,
simbolizada na trança
que arremata na presilha.
Meu laço de couro cru,
sovado à custa de pealo,
tanto a pé, como a cavalo,
eu te conheço o manejo...
Meu laço, quando te vejo
nas aspas de um touro alçado,
é como houvesse pealado
a prenda do meu desejo.
Eu quebro o cacho do pingo
e te penduro, pachola,
debochado, a bate-cola
nas ancas do meu picaço...
Tenho confiança no braço,
quando, no ar, te "penero"
Se espanta até o quero-quero,
vendo-te, assim, no espaço.
Mais tarde, quando eu morrer,
velho traste de galpão;
ao parar o coração
que tão alegre, hoje, soa,
laço velho, guasca à-toa,
eu te quero enrodilhado,
no meu caixão de finado,
fazendo vez de coroa.
Cyro Gavião
sábado, 15 de agosto de 2009
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